Homem-bom.

Caríssima Hermengarda, por princípio não respondo directamente às cartas que os admiradores e admiradoras me enviam. Esse trabalho é feito pela minha assessora particular. De resto, é para isso que lhe pago. Mas a sua carta merece que abra um precedente. De facto, a minha posição no interior da banda é a de frontman-organizador-compositor-ideólogo-administrador. Se quiser, o maestro. Mas isso só é assumido internamente, uma vez que para consumo externo o frontman é o Bike ou o Star, dependendo da situação. Enfim, marketing oblige. É óbvio que numa banda com as características da nossa, constituída por músicos talentosos – é um facto -, mas extremamente irresponsáveis, alguém tem que assumir o leme (onde é que eu já ouvi isto?) Portanto, respondendo directamente à sua pergunta, é normal, por todas estas razões, que eu seja o membro mais assediado, venerado e amado.

Caros amigos jornalistas: sei que amanhã estas declarações vão aparecer nas primeiras páginas. Tudo bem, não vos censuro. Apenas peço que não façam interpretações abusivas das minhas palavras. E, sobretudo, que ponham uma fotografia decente a ilustrar os artigos, ok?