A Causa das Coisas
Os partidos da oposição e a opinião pública dizem que não houve um único motivo que provocou a destituição do Governo de Santana Lopes por parte de Jorge Sampaio. Foi uma sucessão de erros e decisões inconsequentes que estiveram por detrás da decisão do nosso presidente.
No entanto, são realmente dois os motivos que desencadearam o actual panorama político nacional e ambos estão relacionados exclusivamente com a auto-afirmação de Jorge Sampaio:
1) Canas de Senhorim: Sampaio cansado com os protestos daquelas gentes anónimas de Canas de Senhorim, teve de arranjar um bode expiatório para apaziguar a sua frustação e quem melhor do que Santana Lopes e respectivo Governo para arcar com a ira (se bem que "sempre serena") do nosso presidente?
2) Mário Soares: provavelmente já ninguém se lembra, mas era difícil para Sampaio igualar o carisma político do seu antecessor, Mário Soares. Mais uma vez, Sampaio, numa tentativa de fustigar todos aqueles que colocavam em causa a sua competência e, cansado das críticas de teor revolucionário de Soares para com este Governo (que, na verdade, queria atingir a ele, Sampaio) quis mostrar "quem é que afinal mandava aqui" e decidiu acabar o jogo deste Governo antes de terminarem os 90 minutos, ou seja, antes deste órgão concluir o mandato. Tudo isto para calar a voz profética e irritante de seu antecessor e para ganhar um enorme busto na serra da Arrábida (o nosso "Mount Rushmore") ao lado de Soares.
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